sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Quilombos da atualidade

Apesar de que a nossa equipe não teve muitas opções na escolha do tema, quilombos à primeira vista não pareceu interessante. Ninguém estava com vontade de fazer uma maquete e muito menos tentar entrevistar quilombolas catarinenses. Mas após termos pesquisado o pouco que havia descobrimos que o que pensávamos era exatamente o contrário.

Na tentava de inspiração os integrantes do grupo assistiram a novela Sinhá Moça onde havia exemplos do modo de vida e a forma das casas da época. Com tijolos, farrapos e cola tenaz não conseguimos reproduzir – foi um total desastre. Então os tijolos foram derretidos e cortados ao meio, desta vez utilizando cola quente. A maquete foi bem estruturada e fizemos o possível para ter traços semelhantes aos originais. Pudemos demonstrar com os muros altos, uma das principais características dos quilombolas que eram escravos fugitivos. Os quilombos faziam parte de escravos, fugidos de fazendeiros, que viviam afastados dos grandes centros e procuravam lugares de difícil acesso para morar, geralmente no meio da selva, criando algo semelhante com aldeias.

O nome de nossa equipe é Gelykheid, que em africano significa igualdade. Esse nome foi escolhido por que além de todos os fatores, todos merecem ser tratados da mesma forma. Não era justo serem escravos de fazendeiros só por que pertenciam a tal cultura ou pela cor da pele. Apesar da difícil pronúncia é uma palavra que tem um significado muito importante na vida de todos.

A palavra quilombo deriva do africano que pode significar abrigo de proteção. Já outros preferem dizer que é parte da cultura brasileira por que afinal, não é mais necessário que criem abrigos para se proteger. Os quilombolas eram como nômades, os tais sem-terra que tanto falam, ou como de forma mais simples, pessoas sem endereço fixo. Já hoje em dia fazem parte da sociedade, vivendo como qualquer outra forma de nação, trabalhando duro.

Em Santa Catarina não existem muitos quilombos atuais e a maioria deles já se dividiram juntamente com o resto da população de suas cidades e não gostam de falar sobre seu passado. Um exemplo é a Invernada dos negros, próximo da cidade Campos Novos no oeste catarinense. Esta comunidade foi criada em meados do século XVIII graças a terras doadas por fazendeiros. Nessa região hoje vivem em média de 150 pessoas contadas em 34 moradias que se sustentam a partir da agricultura com plantação de milho e feijão, corte de pinus ou como peões.

São Roque é outra comunidade catarinense que se localiza no interior de Praia Grande no sul. Tudo começou em 1824 e existe até hoje com 27 famílias residentes no local. Foi a primeira comunidade a ser reconhecida pelo Ministério da Cultura em Santa Catarina. Assim como quase todas as outras formas de sustentabilidade, os quilombolas trabalham com o cultivo de arroz que é distribuído à sua comunidade e vendido pela região que faz parte da cultura da cidade.

Existiram muitas guerras e conflitos, principalmente a difícil forma dos quilombos sobreviverem. Também ocorreu no interior de Santa Catarina e no sudeste do Paraná, gerando sérios problemas. Então os sobreviventes passaram a viver no Alto Vale do Itajaí a partir de 1940. Sete anos depois uma reserva indígena passou a ser ocupada e foi nomeada de Cafuzo, mas infelizmente serviam de escravos aos índios daquele local. Somente 30 anos depois a situação virou de lado. Hoje existem mais de 180 famílias cadastradas.

Por fim, não pode ser deixado de citar o grande Quilombo de Palmares. O estado de Alagoas tem a maior comunidade de quilombolas, fazendo parte de uma das principais histórias estudadas no Brasil. Não somente esse quilombo, mas todos os outros são formas de aprendizado e fazem um grande bem à cultura. Ao invés de perdermos tempo aprendendo coisas que nunca servirão em nossas vidas, os colégios deveriam investir mais nesses aspectos como, por exemplo, este projeto.

Foi muito importante e divertido, mesmo com as primeiras más impressões, pode-se aprender muito e ampliar o conhecimento de algo que está tão perto de nós e ao mesmo tempo tão longe. Não ensinando só a história, mas uma lição de vida. Assim como diz Albert Camus: Sem a cultura, e a liberdade relativa que ela pressupõe, a sociedade, por mais perfeita que seja, não passa de uma selva. É por isso que toda a criação autêntica é um dom para o futuro.

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